quarta-feira, 16 de março de 2011

Desordem por Défice de Atenção com Hiperactividade (DDAH)

Uma problemática que começa por criar dificuldades na aprendizagem e na adaptação do indivíduo ao meio nos seus primeiros anos de vida. Na maioria dos casos, prolonga-se pela vida adulta, não podendo ser considerada apenas uma condição do ser criança que se ultrapassa com o crescimento. A DDAH é uma perturbação do desenvolvimento que afecta o comportamento, a atenção e o autocontrolo e tem uma base essencialmente neuropsicológica. Esta doença tem também uma origem biológica, não sendo o resultado da forma como as crianças são educadas.


Ø  Critérios de Diagnóstico
Não é muito fácil diagnosticar a DDAH. Pelo DSM-IV verifica-se que os sintomas descritos serão discriminadores do défice se obedecerem aos seguintes critérios:
1.      Quantidade. Devem estar presentes pelo menos seis dos sintomas de falta de atenção ou de hiperactividade-impulsividade.
2.      Duração. Tiverem persistido por um período mínimo de seis meses com uma intensidade que é simultaneamente desadaptativa e inconsistente com o nível de desenvolvimento do indivíduo.
3.      Início. Tiverem início antes dos sete anos de idade (antes da idade escolar).
4.      Contexto. Acontecerem em dois ambientes ou contextos diferentes (escola e casa, por exemplo).
5.      Provas. Existirem provas claras de um défice claramente significativo do funcionamento social e académico ou laboral.
6.     Exclusão. Os sintomas não são devidos a outra perturbação mental.  




Desta forma:


Ø  Segundo o DSM-IV, uma criança hiperactiva deverá apresentar persistentemente os seguintes sintomas:


1.      Movimentar excessivamente as mãos e os pés e mover-se quando está sentado.
2.      Levantar-se na sala ou noutras situações em que se espera que esteja sentado.
3.      Correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo.
4.      Ter dificuldade para se dedicar tranquilamente a um jogo.
5.      Agir como se estivesse ligado a um motor.
6.      Falar em excesso.


 Programas para o incremento de comportamentos desejáveis:


·         Contratos comportamentais – duas ou mais pessoas estabelecem com o aluno um acordo escrito onde determinam o comportamento desejado e as consequências que advirão da sua ocorrência ou não.

·         Sistema de créditos ou economia de fichas – pontos ou fichas concedidos logo após a realização de um comportamento positivo e, mais tarde, trocáveis por determinadas recompensas.
 

Ø  Ambiente da aprendizagem 

*   Sentar a criança numa área com poucas distracções.
*   Evitar toda a fonte de estimulação.
* Ajudar a manter a área de trabalho da criança livre de materiais desnecessários.
* Dar oportunidades à criança para se movimentar.
* Proporcionar um local na sala onde a criança possa trabalhar isoladamente, se necessário.
* Estabelecer e realizar tarefas de forma rotineira bem como estabelecer regras claras e exigir o seu cumprimento.

Ø  Estratégias para obter a atenção dos alunos 

   -Fazer uma pergunta interessante, especulativa, usar uma imagem, contar uma pequena história ou ler um poema para gerar a discussão.
    -Experimentar uma brincadeira, uma teatralização para despertar a atenção e aguçar a curiosidade
    -Contar uma história. É a forma mais eficaz de ganhar a atenção.
   -Adicionar um pouco de mistério. Levar um objecto relevante para a aula numa caixa ou num saco. É uma forma fantástica de despertar a curiosidade e a vontade de adivinhar e pode conduzir a excelentes discussões ou servir de motivação para a expressão escrita
   -Variar o tom de voz: alto, suave, sussurrante. Experimentar dar uma ordem num tom de voz elevado "Atenção! Parados! Prontos!" seguido de alguns segundos de silêncio antes de prosseguir num tom de voz normal para dar instruções.

Ø  Adaptações para focar a atenção dos alunos 

Chamar os alunos para perto do professor.
*   Explicar a finalidade e a relevância da aula.
*   Fazer actividades práticas na aula.
* Usar guias de estudo incompletos que serão preenchidos pelos alunos à medida que for prosseguindo a aula.
* Usar material apelativo como desenhos, gestos, diagramas, objectos.

Ø  Adaptações no ritmo de trabalho 

*      Ajustar o ritmo da aula à capacidade de compreensão do aluno.
*      Alternar actividades paradas com actividades mais activas.
*      Reduzir a quantidade e a extensão do trabalho e dos testes.
*      Estabelecer limites precisos para terminar as tarefas.
*      Estabelecer contratos escritos com prémios para a finalização de determinadas tarefas.

Ø  Adaptações nos métodos de ensino 

*      Relacionar a informação nova com a experiência da criança.
*      Usar exemplos concretos antes de seguir para o abstracto.
*      Dividir as tarefas complexas em tarefas mais pequenas.
*      Levar os alunos a verbalizar as instruções e os conteúdos aprendidos.

Ø  Adaptações nas estratégias

*      Utilizar uma linguagem simples.
*      Usar frases curtas e reduzidas ao essencial do assunto em estudo.
*      Chamar a atenção do aluno antes de apresentar aspectos chave.
*      Familiarizar o aluno com o novo vocabulário.
*      Evitar que seja necessário tomar muitas notas do quadro ou copiar muita informação dos livros.
*      Evitar pressionar demasiado o aluno para se despachar ou fazer correcto.

Ø  Adaptações para manter os alunos em actividade

*      Estabelecer na classe um ambiente mais cooperativo e menos competitivo.
*       Dar, para trabalho individual aos alunos, o tipo de trabalho que sabemos que eles serão capazes de completar.
*      Arranjar outro trabalho de fácil execução no caso de o aluno ter de esperar pela ajuda do professor.
*      Utilizar os colegas para incentivar o aluno a permanecer na tarefa (de forma mútua).
*      Verificar com frequência o que se passa na sala. Todos os alunos precisam de reforço positivo. Fazer comentários positivos com frequência e elogiar os alunos.
*      Estabelecer um sistema de prémios, em que os alunos recebem um determinado brinde se atingirem um objectivo previamente definido.

Ø  Adaptações na avaliação

*      Permitir instrumentos de avaliação alternativos.
*      Estabelecer, de comum acordo, expectativas realistas quanto aos resultados a alcançar.
*      Aceitar respostas apenas com as palavras-chave.


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