quarta-feira, 22 de outubro de 2014

E se o mundo fosse ao contrário? Veja o filme!

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Pais de crianças com dislexia preocupados

Os pais das crianças com dislexia mostram-se preocupados com um possível recuo na legislação que enquadra o apoio a estas crianças, temendo que fiquem relegadas para segundo plano.

Em declarações (...), Eduarda Cabrita, dirigente desta associação, explicou que o relatório do grupo de trabalho sobre educação especial introduz algumas alterações que estão a preocupar os pais das crianças com dificuldades de aprendizagem específicas. A Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas realiza hoje em Lisboa um debate sobre a dislexia, que vai abordar as novidades previstas para a nova legislação do ensino especial.

Dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia são as quatro dificuldades de aprendizagem específicas, sendo a dislexia a mais prevalecente.

"Tememos que os nossos filhos, que representam 48% dos alunos da educação especial, sejam relegados para segundo plano. Tememos que venha a significar menos intervenção junto destas crianças", comentou Eduarda Cabrita, adiantando que os alunos com dislexia "vêm sempre na cauda dos apoios".

Da proposta contida no relatório do grupo de trabalho sobre educação especial, os pais contestam o facto de o documento apontar para uma indefinição de conceitos relativamente à dislexia e às outras dificuldades de aprendizagem específicas.

Para a associação é ainda preocupante que o relatório proponha que a avaliação para diagnóstico destes alunos tenha de ser feita por um médico do Serviço Nacional de Saúde (SNS): "O SNS tem meios e recursos humanos para fazer o diagnóstico de todos os alunos?", questionou Eduarda Cabrita.

A associação contesta também a proposta segundo a qual os pais deixam de ser um dos elementos que podem referenciar a criança, solicitando depois um diagnóstico.

No debate que hoje se realiza em Lisboa, e que conta com a participação da ex-ministra da Saúde Ana Jorge, a associação pretende deixar um "olhar realista sobre a (in)visibilidade da dislexia no sistema educativo português".

In: Sol por indicação de Livresco

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

E porque hoje se assinala o dia...livro conta histórias de quem deu a volta à paralisia cerebral

Rui Reisinho, 37 anos, bailarino, DJ, designer numa empresa multimédia, fundador da A_JU_DANÇA, a primeira companhia de dança inclusiva do país, sonha com um campeonato de dança para pessoas com deficiência. Rui ouve, mas não fala. Tem uma folha com as letras do alfabeto e os números de 0 a 9 para compor frases e comunicar.

Ana Catarina Correia, 23 anos, frequenta o mestrado de Sociologia na Faculdade de Letras do Porto. Está a concluir a tese onde aborda as desigualdades das mulheres com deficiência. É ativista do Movimento de (d)Eficientes Indignados, que luta para que os deficientes possam escolher a forma como querem ser apoiados. Defende a criação de institutos de vida independente como alternativa à institucionalização. Ou seja, residências para deficientes como as que existem na Suécia que lhes permitem alguma autonomia. Ana anda de cadeira de rodas, não consegue mexer-se ou levantar-se sozinha. Mora numa residência universitária e tem o apoio de uma assistente pessoal. Quer dedicar-se à investigação sociológica e trabalhar numa Organização Não Governamental.

José Pedro Gomes, 23 anos, licenciado em Informática, está a desenvolver uma aplicação informática que permitirá às pessoas com deficiência, e não só, usar um telemóvel ou um tablet através do olhar. No início do ano recebeu uma carta da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que realça o seu “exemplo de excelência”. Depende de uma cadeira de rodas para se deslocar, tem problemas na fala. Quer criar uma empresa que arranje soluções para pessoas com deficiência. Maria de Fátima Ferreira, 38 anos, professora em Rio Tinto, escritora, várias vezes campeã nacional de natação adaptada, ganhou 40 medalhas de ouro. Vive com os pais. José Rui Silva, 24 anos, mestre em Ciências da Informação, estudou a forma de desenvolver um sistema para ajudar a controlar o absentismo dos profissionais de saúde do Hospital de São João, no Porto. Quer ser consultor em tecnologias e sistemas de informação. É atleta federado de vela adaptada e praticante de natação. As cinco histórias destas pessoas são contadas no livro Por Acaso… de Fátima Araújo, jornalista da RTP, que hoje é apresentado na Casa da Música, no Porto, por ser Dia Nacional da Paralisia Cerebral.

A obra não nasceu por acaso. Fátima Araújo andou seis meses a ouvir e gravar o que pessoas com paralisia cerebral, casos de superação, tinham para dizer. O desafio foi lançado pela IMOA – Clothing for All, de São João da Madeira, que faz roupa inclusiva e que testou o vestuário em utentes da Associação do Porto de Paralisia Cerebral. Foi quando que se deu o clique: havia histórias que tinham se ser contadas. Fátima Araújo aceitou o convite. Chama-lhe reportagem jornalística e não livro e justifica o nome com os acasos da vida. “Por acaso, todos somos fruto de algum acaso, tenha sido ele mais ou menos feliz. Por acaso essas pessoas são assim, mas por acaso têm a capacidade de se auto-superar e demostram-no diariamente” nos seus projectos profissionais, refere.

O neurocirurgião João Lobo Antunes assina o prefácio. “Estas são cinco histórias sobre quem recusou render-se e é, portanto, um cântico de louvor à vitória sobre o próprio corpo ferido e rebelde, uma luta em que as armas que mais contam são a vontade, a tenacidade – quero dizer a vontade sustentada -, a esperança – no sentido da procura da realização de um objectivo -, e uma inesgotável dieta de amor por parte daqueles que cuidam destas pessoas”, escreve.

Fátima Araújo colocou de lado um discurso derrotista. Há bons exemplos a contar, mas há também aspetos a mudar. A jornalista defende uma “grandiosa reestruturação social para mudar mentalidades, práticas e políticas”.

“Foram dois os objetivos do livro. Por um lado agitar consciências no sentido de dar visibilidade a casos positivos e, por outro, até porque as conversas com os protagonistas do livro discorriam sempre nesse sentido, dar visibilidade àquilo que eles próprios reivindicam, para o que eles acham que é necessário fazer, para o que faz falta aperfeiçoar”. As últimas páginas destinam-se ao que deve ser feito. Mais apoios e respostas sociais, criação de “subsídios dignos” para as famílias, mais cursos de formação para cuidadores e assistentes de pessoas com deficiência e a eliminação de barreiras arquitetónicas são algumas das propostas. (...)

In: Público

terça-feira, 14 de outubro de 2014

EDUCAÇÃO ESPECIAL: APROXIMAR EM VEZ DE AFASTAR

No início do ano letivo – que tem corrido mal no ensino público – a adaptação das escolas e das mentalidades aos alunos de educação especial é um desafio pedagógico notável. Nesta semana, nas Conferências de Educação organizadas pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, Felicity Armstrong, especialista britânica com experiência internacional no tema, lança algumas pistas de reflexão.

Quando é que se interessou, pela primeira vez, por educação especial?
- Quando tinha 9 anos, fui estudar para a St. Christopher’s School, em Letchworth [condado de Hertfordshire, a sessenta qui­lómetros de Londres], um colégio interno que promove a igualdade e o respeito entre os membros da comunidade. Todos os es­tudantes e todos os adultos podiam partici­par no conselho escolar e fazer valer os seus pontos de vista. Alguns alunos do colégio ti­nham epilepsia, outros tinham problemas de linguagem e havia também alguns com dificuldades de aprendizagem. E havia uns problemas de comportamento, também, além de crianças que não tinham o inglês co­mo primeira língua. Havia gente de todo o mundo. Ainda hoje isto é raro no Reino Uni­do, mas na altura era ainda mais.

E continuou a encontrar situações dessas no seu percurso escolar e profissional?
- Na universidade não tinha nenhuns cole­gas portadores de deficiência. Na escola secundária onde comecei a dar aulas de Inglês e Francês, estava também colocada no cha­mado «Remedial Department», onde ensi­nava Inglês e Matemática a alguns alunos. Os outros tinham as aulas normais de Histó­ria, Geografia ou Francês. Isto fez-me pen­sar nas várias formas de segregação no sis­tema educativo britânico, com um grupo de estudantes obrigado a aprender separado dos seus pares. As crianças portadoras de de­ficiência iam para escolas ou instituições es­peciais. E, antes de 1970, muitas nem sequer iam para a escola. Eram colocadas em insta­lações médicas. Mais tarde, trabalhei com crianças com dificuldades de comunicação nas chamadas «unidades», instalações junto de escolas «regulares», mas onde os diferen­tes alunos não conviviam entre si. Tinham aulas, refeições e até tempos de recreio em separado. Até as portas de acesso eram dife­rentes. Claro que isto estigmatizava aquelas crianças. E muitas delas tinham de ir para escolas longe das suas comunidades, outra forma de segregação. Comecei mais tar­de a envolver-me em campanhas por uma educação inclusiva e a defender que as crian­ças portadoras de deficiência deviam poder frequentar escolas nas suas comunidades – o que significava uma mudança na organi­zação escolar, valores e práticas educativas.

Quais são os principais desafios ao lidar com alunos com necessidades especiais?
- O primeiro desafio é mudar a forma como olhamos para estas crianças e jovens adult­os – e o que é preciso para que eles aprendam e possam ter acesso a um currículo escolar equilibrado que lhes permita progredir. Temos de pensar como é que vamos desenvolver matérias e pedagogias que se adaptem à diversidade. Depois, é uma questão de atitude. Mudar a nossa atitude. Se as deficiências e as dificuldades de aprendizagem forem consideradas problemas – em vez de desafios – para a escola, professores e pais de outras crianças, então temos sérias barreiras. Eu sei que isto não é fácil, sobretudo com um sistema educativo que se está a tornar cada vez mais competitivo e que só premeia as notas finais.

Em Portugal, tivemos no ano letivo passado 65 mil alunos com necessidades especiais de educação. E 5225 professores com for­mação específica na área. Mas, com a crise económica e financeira e após três anos de troika, o apoio do Estado a alunos com necessidades especiais diminuiu 13 milhões de euros num único ano. E o número de pro­fessores também foi reduzido. Como é que isto pode afetar a qualidade dos serviços?
- Antes de discutir orçamentos, acho im­portante avaliar se todos os alunos têm igualdade de acesso a uma boa educação, que reconhece as suas necessidades indivi­duais. Mas é claro que uma diminuição no orçamento irá conduzir a um decréscimo na qualidade dos serviços prestados. Foi o que aconteceu na Grécia. Ainda assim, re­forço: os recursos financeiros, por si só, não garantem necessariamente que todos os estudantes recebem uma educação varia­da e acompanhada. Estes temas não devem ser discutidos separadamente de outros as­suntos relacionados com a organização das escolas e o desenvolvimento de pedagogias e planos curriculares inclusivos.

O início do ano letivo costuma ser complicado para professores, alunos e pais. Em Portugal, neste ano não só não foi diferente como, em alguns pontos, foi pior. No caso da educação especial, há crianças que começaram as aulas duas semanas depois da data certa. Isto tam­bém ocorre noutros países?
- É uma situação típica que ocorre quando há dois sistemas – um para estudantes que têm necessidades educativas especiais e ou­tro para a restante população estudantil. Is­to ocorre também noutros países, sim. Mas há países onde as crianças portadoras de de­ficiência nem sequer têm acesso à educação.

Há muitas realidades sociais, económicas, culturais, políticas e religiosas no mundo. Não há uma fórmula única que se adapta a todos os países. O que é bom para o Reino Unido pode não ser bom para Portugal. Ou Índia, ou Gré­cia, ou Hong Kong, países onde sei que já deu conferencias.
- Sim, é verdade. Além de os contextos se­rem diferentes, os conceitos, terminologias e métodos não podem ser importados ou ex­portados para realidades distintas, como se tivessem um significado e valor universais. Não há «papel químico» para a inclusão que possa ser imposta por um país noutras cul­turas ou regiões. E depois, claro, os recur­sos são diferentes. Mas há alguns princípios fundamentais – como o acesso à educação, independentemente de género, etnia ou de­ficiência, ou a defesa da inclusão das crian­ças nas suas comunidades de origem – que se podem aplicar. Na Índia, por exemplo, vi pequenas escolas em bairros de lata que re­cebiam alunos com e sem deficiências. No mesmo espaço. Acho que as boas medidas, as que devem replicar-se noutros países, passam muito pelo trabalho dos professores e dos auxiliares de ação educativa no desenvolvimento de práticas de inclusão. Neste sentido, muitos países têm bastante a apren­der através do exemplo e do debate de ideias.

Conhece a realidade portuguesa, por exemplo?
- Tanto quanto sei, Portugal enfrenta os mesmos desafios que o Reino Unido, e ou­tros países europeus, nesta matéria.

De todos os países onde já deu conferências, qual o mais bem preparado para a educação inclusiva?
- Em Itália, no início da década de 1970, fo­ram fechadas muitas «escolas especiais», passando as crianças com dificuldades a frequentar as escolas «normais». E a No­ruega tem políticas muito dinâmicas que apoiam a inclusão de crianças com defi­ciência em estabelecimentos mainstream. E há regiões do Canadá e do Reino Unido on­de há fortes iniciativas para defender a edu­cação inclusiva.

A educação está salvaguardada na Declara­ção Universal dos Direitos do Homem. Mas ainda há um longo caminho a percorrer no que toca à igualdade – sobretudo no que res­peita às diferentes necessidades dos mais pequenos. 
- De acordo com um relatório das Nações Unidas sobre educação, de 2007, apesar de se terem verificado muitos progressos nes­ta área, para ir ao encontro dos Objetivos do Milénio, «77 milhões de crianças conti­nuam sem ir à escola». Destas, estima-se que mais de um terço sejam portadoras de algum tipo de deficiência.

Há muitas barreiras físicas em espaços de au­las, escolas e passeios públicos. E no acesso a estes locais. Mas devem ser mais fáceis de derrubar do que algumas mentalidades.
- Sim, acredito que sim. Embora, para reduzir as barreiras físicas, sejam necessárias políticas eficazes e legislação bem aplicada. E o diálogo é importante nesta matéria: só através da troca de ideias é possível trabalhar em equipa para desenvolver um sistema de educação inclusiva. Mas não se pense que as barreiras físicas são um problema menor. Não é raro ver «armadilhas», mesmo em edifícios públicos, e muitos dos elevadores para pessoas de mobilidade reduzida não funcionam.

Falamos de novas técnicas e competências para professores e auxiliares de ação educativa e membros das comunidades. Mas… e as outras crianças? Como é que podemos prepará-las para aquele colega que tem necessidades especiais e que vai sentar-se ao lado delas na sala?
- A experiência diz-me que, se uma crian­ça sempre teve contacto regular com ou­tras com alguma deficiência, isso nunca será um problema. Tal como o racismo, as atitu­des negativas para com deficientes são fruto de ignorância, medo e estereótipos. E a úni­ca forma de combater isso é a convivência co­mum, dentro da mesma comunidade. É mais frequente encontrar atitudes negativas nos pais que não querem os filhos a conviver com outras crianças com deficiência.

A inclusão é sempre a melhor solução? Quan­do é que não é? Quando é que os pais deviam procurar uma escola de educação especial (o que, em Portugal, representa dois por cento dos alunos com necessidades especiais de educação)?
- Depende do tipo de escolas existente na comunidade. Mas a experiência e os conhecimentos dos profissionais das escolas espe­ciais pode ser partilhado com os colegas das escolas «normais». E isto pode tranquilizar os pais, cujas escolhas não são fáceis – é nor­mal que não queiram enviar os filhos para uma escola que pode não ir ao encontro do que eles idealizaram.

QUEM É FELICITY ARMSTRONG?
Professora no Instituto de Educação da Universidade de Londres, já desempenhou diversas funções de coordenação em grupos de análise e avaliação do sistema educativo britânico. Com 69 anos, tem trabalho de investigação publicado na área de educação especial e inclusiva e nos últimos vinte anos tem dado conferências e formação sobre educação inclusiva no mundo inteiro.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Iris, a criança autista que pinta quadros valiosos

Aos cinco anos, Iris está a começar a falar e tem dificuldades em interagir com os outros. Diagnóstico: autismo. A pintura apareceu na vida desta menina britânica como forma de terapia para a doença, e cedo se começou a perceber que Iris tinha um dom. Já há quem a compare a grandes pintores como Monet.

Costumava mergulhar em livros, aproveitando, talvez, para evitar o contacto visual com as pessoas. Não sabia (não queria?) brincar com outras pessoas, mostrava comportamentos obsessivos e desesperava quando a tentavam levar para perto de outras crianças. Iris Grace era assim quando, em 2011, aos dois anos de idade, lhe foi diagnosticado autismo, contam os pais, Arabella Carter-Johnson e Peter-Jon Halmshaw, no site que criaram para a filha, depois de ela mostrar especial aptidão para a pintura. (...)

Descoberto o talento de Iris, os pais decidiram partilhar a arte dela com o mundo, “como forma de chamar a atenção para a sua condição de autista e para inspirar outras famílias na mesma situação, porque o autismo afeta, atualmente, cerca de 100 mil crianças no Reino Unido e os números estão a crescer”, acrescentam os pais. (...)

“Eu vou até ao armário, tiro as tintas e ela indica-me que cores é que quer que eu prepare. Se a cor não estiver lá (por exemplo, lilás) ela procura um item dessa cor para me mostrar o que quer que eu misture. Ela também já começou a fazer as suas próprias cores, mergulhando os pincéis de caneca em caneca e vendo a cor a mudar para depois a usar no papel”.

Depois, Arabella Carter-Johnson junta água e a filha testa as cores. Se não estiverem com a consistência que pretende, a menina leva-os de volta para a banca. Quando Iris Grace tem o material todo reunido, começa a criar, como a imaginação lhe ditar. “Ela tem um entendimento das cores e de como elas interagem entre si”, explica a mãe, que é fotógrafa.

Quando a criança termina a sessão, pousa na caneca todos os objetos que usa para pintar e afasta-se da mesa, espera que a pintura seque e regressa mais tarde para completar, caso seja necessário. É ela que decide tudo. É assim que, no seu mundo, Iris Grace se expressa com o exterior. Com sucesso.

Prémio Nobel da Paz para a paquistanesa Malala e o indiano Kailash Satyarthi


O Prémio Nobel da Paz foi atribuído na passada sexta-feira à ativista paquistanesaMalala Yousufzai e ao indiano Kailash Satyarthi "pela sua luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação. 

Malala Yousufzai tornou-se conhecida pela sua defesa do direito universal à educação em todo o mundo. Em 2012, a jovem foi alvo de um atentado por um grupo de taliban que controlava a região paquistanesa onde vivia. Malala sobreviveu e tornou-se uma das vozes mais ouvidas na área dos direitos das crianças à educação. Entre as muitas acções em que participou, sublinha-se o seu discurso na sede da ONU em Nova Iorque, em que apelou à tolerância e compreensão entre os povos. 

Kailash Satyarthi, 60 anos, abandonou uma carreira de engenheiro electrónico para se dedicar à luta contra o trabalho infantil nos anos 1980. A organização que fundou, Bachpan Bachao Andolan, já conseguiu retirar perto de 80 mil crianças do trabalho escravo, conseguindo devolvê-las à educação e ajudar na sua reintegração. Satyarthi é o promotor de vários movimentos da sociedade civil, incluindo o maior dedicado a este tema, a Marcha Global contra o Trabalho Infantil, que une organizações não-governamentais, sindicatos de professores e de comércio de todo o mundo (2000 grupos em 140 países). Também fundou a Campanha Global pela Educação, que visa combater a crise global na área.

“Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo”
Malala