segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sentir com os pés o que os olhos não vêem

Um dado para início de conversa: estima-se que 60 por cento da população dos países da OCDE tem mobilidade reduzida. "A acessibilidade não é apenas um problema das pessoas com deficiência", explica a engenheira civil Paula Teles, que tem dedicado os últimos anos da sua vida a desenvolver projectos de mobilidade para cidades. A questão está a ganhar força no país. Nas universidades criaram-se cursos especializados e há várias empresas a desenvolver produtos que vão facilitar a vida de todos.
"Dentro de dez anos este já não será um problema", acredita Paula Teles, que também administra a empresa de estudos m.pt. Esta é a projecção da especialista para a próxima década. E hoje, como são as coisas? "Noventa por cento do que se está a fazer nos territórios é a negação da mobilidade. Há cidades que estão a construir passeios que são autênticas montanhas-russas", responde.

A análise de Jorge Leite, da direcção nacional da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo), aponta no mesmo sentido: "Em Portugal não há nenhuma cidade que se destaque em termos de mobilidade dos peões. É lamentável porque, em 1997, saiu legislação neste campo e o prazo para tornar Portugal acessível era 2004", avalia. Em 2006, a legislação foi corrigida e o novo prazo para resolver os problemas de acessibilidade foi alargado para 2012 ou 2017, conforme o ano de construção do local a adaptar.

Há por isso muito trabalho pela frente para tornar as cidades nacionais mais inclusivas e acessíveis a todos. A solução preconizada por Paula Teles passa pela criação de corredores livres de obstáculos, acessíveis a todos. Os percursos desenhados têm um metro e vinte de largura por dois metros e vinte de altura e permitem às pessoas circular de forma segura. "É como se estendêssemos grandes rolos de carpetes sobre as cidades", ilustra Paula Teles. Foi isso que propôs a Portimão, nos oito quilómetros de intervenção concluídos há poucos meses na cidade.

O desafio é agora criar sistemas de continuidade que permitam a uma pessoa com mobilidade reduzida movimentar-se por exemplo ao longo de todo um quarteirão. "Para os idosos, os cegos ou os deficientes, as cidades ideais não são Nova Iorque ou Londres, são aquelas onde podem chegar de casa ao café", aponta a especialista.

Mudança de mentalidades

Apesar das dificuldades, nota-se já uma alteração de mentalidades motivada pelos últimos anos de intervenção nos espaços urbanos, com a eliminação de barreiras arquitectónicas e a sinalização deste género de problemas. "Já existe uma maior consciencialização das pessoas relativamente à acessibilidade. Perante este facto, o poder autárquico já realiza algum trabalho através da implementação de planos de acessibilidade", reconhece Jorge Leite, da Acapo. "Os últimos anos foram uma revolução. Há 15 anos ninguém sabia o que era acessibilidade", concorda Paula Teles.

Essa mudança de mentalidade vê-se também no meio académico. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro abriu em 2007 uma licenciatura em Engenharia da Reabilitação e Acessibilidade, que foi a primeira da Europa com estas características. No ano passado, o exemplo português foi seguido pela Universidade de Coventry, no Reino Unido.

Também o Instituto Português da Qualidade tem em marcha um projecto de certificação de qualidade da acessibilidade. No âmbito desse trabalho, foi criada uma comissão técnica que reúne engenheiros civis, projectistas, empresas de transportes como a Carris, a STCP e os metros de Lisboa, Porto e Mondego, e organismos públicos como o Instituto Nacional para a Reabilitação, que têm discutido soluções para este problema.

A esse debate juntaram-se também várias empresas que nos últimos anos têm estado a desenvolver produtos com o objectivo de facilitar a vida nas cidades. É o caso da Thyssen, que está a criar elevadores que facilitam o acesso a pessoas com mobilidade reduzida, e da Soltráfego, que tem praticamente prontos a entrar no mercado novos semáforos, parquímetros e máquinas de bilhetes para transportes públicos pensadas para pessoas com mobilidade reduzida. Outra das soluções desenvolvidas por empresas portuguesas é o pavimento podotáctil Kerabraille, da Aleluia cerâmicas (ver texto ao lado).

Um mercado com futuro

Estas empresas responderam ao desafio de pensar cidades para todos e agora começam a tirar proveitos disso. "Os objectivos iniciais do projecto não foram económicos, mas este pode vir a tornar-se num negócio interessante", destaca Alexandre Lopes, director de prospecção da Aleluia. Os pavimentos podotácteis ainda não são rentáveis, mas a realidade pode mudar a médio prazo. "A sociedade está hoje mais disponível para a problemática da mobilidade e isso pode ter alguns resultados", acredita o mesmo responsável.

"A acessibilidade é um factor de desenvolvimento económico e neste momento há um conjunto enorme de empresas a surgir nesta área", conta Paula Teles. A gestora da m.pt. não tem dúvidas que a acessibilidade para todos "será um mercado de futuro". "Hoje não é ainda interessante do ponto de visto económico, mas vai abrir-se um nicho de mercado", antecipa. Desde logo porque, nesta matéria, há ainda muito que fazer nas cidades e há uma tendência para que cada vez mais pessoas tenham mobilidade reduzida.

Além disso, num cenário de crise económica, onde poucas obras são lançadas, as verbas que o QREN prevê para financiar projectos nas áreas das acessibilidades podem ser um chamariz para que algumas empresas apostem no sector. Actualmente há 90 municípios a desenvolver planos de acessibilidades e 17 milhões de euros de fundos comunitários destinados a esses projectos. É esta a realidade que leva Paula Teles a apostar em dez anos de mudança em matéria de acessibilidade. "A eliminação das barreiras arquitectónicas vai ser o principal factor de desenvolvimento dos territórios durante a próxima década", conclui a especialista.

Fonte: http://jornal.publico.pt/noticia/20-02-2011/comecamos-a-pensar--em-cidad...

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

VI Congresso Internacional de Neurociências e Educação Especial PsicoSoma.

A PsicoSoma, no âmbito da comemoração do seu aniversário, à semelhança do efectuado em anos transactos, encontra-se a organizar o VI Congresso Internacional de Neurociências e Educação Especial PsicoSoma.

Este ano tem a honra de receber, simultaneamente, o IV Congresso Internacional de Neurociência Cognitiva, que é realizado por norma na América Latina, sendo este ano realizado em Portugal. 

A ideia deste evento é solidificar estruturas de investigação, oferecer novas metodologias e visões práticas que possam ser úteis aos profissionais de saúde e educação, relegando para segundo plano a valência teórica que muitos congressos a nível nacional apresentam.

Este evento contará com conferencistas de Espanha, Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Republica Dominicana, Panamá, Portugal, entre outros. Este evento conta com 10h de formação profissional acreditadas com a homologação do IEFP. A Acreditação Científica do Evento é efectuada pela Interamerican Academy of Applied Cognitive Neuroscience, pelo Instituto Colombiano de Neuropedagogia e pelo Neurobehavioural Institute of Miami. A Organização do evento pertence ao Grupo Internacional de Investigación Neuroconductual e à PsicoSoma.

Pela primeira vez, serão efectuados os WorkShop's pré-congresso a pedido de muitos participantes, no sentido de oferecer uma componente de aplicabilidade prática ao público alvo deste evento, professores, educadores, psicólogos, enfermeiros, terapeutas, médicos, técnicos de educação especial e reabilitação psicomotora, entre outros profissionais de saúde e educação, sendo igualmente útil a pais.

O congresso realizar-se-à no dia 13 e 14 de Maio de 2011, em Viseu. Os WorkShop's pré-congresso decorrerão em Viseu ou noutros locais do país, nos dias 11 e 12 de Maio de 2011. Existe ainda a possibilidade, mediante a adesão de serem realizados WorkShops's Pós-Congresso nos dias 16 e 17 de Maio de 2011.

Apresentação pública do resultado do estudo "Avaliação da Implementação do DL 3/2008"

Encontram-se disponíveis as comunicações e a síntese da apresentação pública da primeira fase do estudo Avaliação da Implementação do Decreto – Lei n.3/2008, realizada no dia 2 de Julho no Centro Cultural de Belém.

Clicar aqui para aceder a toda a informação.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Os valores da Amizade...

A AMIZADE é um valor que nos enriquece e nos promove. Sem ela não seríamos felizes e certamente a nossa vida seria bastante triste.

Para  entendermos a Amizade como um sentimento muito valioso e percebermos como ela é parte integrante da nossa vida, realizámos algumas actividades na sala de aula.

Aproveitando um excerto da história do Principezinho, de Saint-Exupery em que a raposa lhe pergunta "o que é ter Intimidade", partimos para a exploração dos vários valores da Amizade e para a observação de algumas imagens relacionadas com a história. Surgiram valores como a honestidade, a partilha, o respeito, a confiança...e elaborámos um poema em espiral, depois de termos "quantificando" a Amizade: "A Amizade é amarela como o sol, azul como o céu imenso..."

Foi uma aula muito interessante, porque os alunos expressaram os seus sentimentos e expressar sentimentos ajuda o indivíduo a relacionar-se melhor com os outros.




quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Aniversário da Márcia

Na segunda-feira a Márcia fez 16 anos!! Para assinalarmos este dia resolvemos fazer uma festa muito especial, na nossa sala de aula!




Colocámos uma mesa com sumos, batatas-fritas, rebuçados e um bolo de chocolate muito apetitoso!




Depois cantámos os parabéns, fizemos um brinde e distribuímos as lembranças que tinhamos para ela! Foi muito divertido!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um cê a mais

Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo?  Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.

Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro, março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.

As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção, nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a atrapalhar.
                                                                                                                              Manuel Halpern

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Puxar pela cabeça - Cabeçudos!

A livraria Cabeçudos é a única em Lisboa inteiramente dedicada a crianças. Mas os adultos também podem entrar, que só lá não vai quem deixou de sonhar. Entre as prateleiras, há histórias em braille e para daltónicos

Que não há livros sem cabeça, nem cabeça sem livros, não há grandes dúvidas. Porque para escrever é preciso puxar pelas ideias que pairam nos miolos e para ter ideias convém ler um bocadinho...

Uma coisa leva à outra e é por isso que Rui Andrade resolveu abrir uma livraria chamada Cabeçudos. É que se é para partilhar - dar ideias e receber outras - então que tenhamos muito espaço na caraminhola. O espaço abriu há três meses no Parque das Nações, em Lisboa, e quer ser uma «livraria de bairro». Quer isto dizer que se moras lá perto, este é um bom sítio para ires dar uma volta com os teus pais depois da escola e levares os teus vizinhos.

À tua espera tens uma bancada enorme laranja e almofadada, para te sentares, deitares e rebolares enquanto folheias os livros. Esses objectos cheios de palavras e imagens, mundo infinito de imaginação, estão arrumados de forma muito bem organizada.

Os cabeçudos mais pequeninos podem começar na prateleira 'Conta-me Histórias', onde os contos são para aqueles que ainda não sabem ler. Como diz o nome, foram feitos para serem recitados pelos pais. Para os cabeçudos um bocadinho maiores, não há como enganar nas restantes prateleiras. Estas acompanham o teu nível e idade: há a 'Já leio um bocadinho', a 'Já sei ler' e, se te sentires confiante, a 'Grande leitor'.

E aqui nem os meninos daltónicos ou invisuais ficam sem ler: há histórias ajustadas à sua visão e ao seu tacto, em braille, respectivamente. Um a um, os livros foram escolhidos a dedo, e pertencem a editoras especializadas em livros para crianças. Como as portuguesas Bruaá, Planeta Tangerina, Kalandraka e Gatafunho, ou as estrangeiras OQO e Bareffot. À volta dos livros, há ainda por descobrir alguns brinquedos, feitos de materiais naturais e ecológicos: desde os ursinhos de lã de ovelha da FLAToutbears às casas de cartão da KidsOnRoof.

E porque esta é uma livraria onde se brinca muito em serviço, não faltam actividades para ficares ainda mais cabeçudo!!

Acede aqui à livraria!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Mundo sem Som...

SER + Programa de desenvolvimento pessoal e social para crianças e jovens com DM



Acede ao programa, carregando no link abaixo:

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B6_xIqZMbfWcMTQzZDA4ZmUtMzkzNi00NTJiLWFhMWQtOWVlNWRjYThhNzdl&hl=pt_PT
A Associação para o Planeamento da Família, desde a década de 80, tem dado um especial contributo ao desenvolvimento de actividades relacionadas com a vivência afectivo-sexual das pessoas portadoras de deficiência mental. Este interesse e empenhamento foi sendo concretizado através da realização de seminários, acções de formação, apoio directo a profissionais, produção e publicação de artigos(...).

Essa publicação resultou da compilação e organização de um conjunto alargado de contributos de diversos autores acerca das dimensões teóricocientífica e de intervenção técnico-pedagógica da sexualidade e da educação
sexual. Contudo, pelo contacto directo com os profissionais e pelo conhecimento das suas necessidades expressas, avaliámos como necessário e útil construir recursos pedagógicos específicos de suporte e incentivo à sua intervenção nesse domínio.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Onde meto o meu nariz??


Para aprenderes um pouco mais sobre a importãncia da saúde oral e alimentação...

Clica no link e lê esta história.

Concurso "Cartaz 3 de Dezembro de 2010 / Dia Internacional das Pessoas com Deficiência"

O Instituto Nacional para a Reabilitação, IP, decidiu lançar o concurso "Cartaz 3 de Dezembro / Dia Internacional das Pessoas com Deficiência", no valor de 500 euros.

Este concurso tem por objectivo premiar o trabalho gráfico que melhor represente a mensagem subjacente à comemoração deste dia, nomeadamente celebrar os direitos humanos das pessoas com deficiência e sensibilizar a sociedade para combater os preconceitos e os obstáculos que impedem estes cidadãos de exercer os seus direitos e participar activamente em todos os aspectos da vida política, social, económica, cultural e artística.

Com esta iniciativa pretende-se igualmente envolver todos os cidadãos, de todas as idades, em grupo ou individualmente, na sensibilização para os direitos da igualdade de oportunidades e não-discriminação das pessoas com deficiência.

O cartaz vencedor servirá para promover a campanha relativa à comemoração, a nível nacional, do dia 3 de de Dezembro / Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.


Cartaz vencedor 2010

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Fomos às compras!!

Na segunda-feira, dia 7 de Fevereiro, resolvemos ir às compras ao Modelo, para irmos comprar os ingredientes para fazermos bolinhos de côco!


Fizemos uma lista e fomos à procura dos ingredientes.


Depois de procurarmos os ingredientes e de termos tudo o que precisávamos (não encontrávamos as formas, mas pedimos ajuda à funcionária, que prontamente nos ajudou), fomos efectuar o pagamento.



Depois voltámos para a escola, para fazermos os bolinhos de côco!!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Linha do Cidadão Portador de Deficiência

A Linha do Cidadão Portador de Deficiência – dependente dos serviços do Provedor de Justiça – começa a funcionar a título experimental no próximo dia 1 de Fevereiro, e tem como objectivos o esclarecimento de dúvidas e a resolução de questões apresentadas não só por pessoas com deficiência mas por todas aquelas que, de uma ou de outra forma, estão relacionadas com estas pessoas ou, pretendem, apenas, estar informadas sobre este assunto.

A Linha do Cidadão Portador de Deficiência – 800 208 462 – é gratuita e funciona todos os dias úteis, das 9h30 às 17h30.

Com a criação da Linha do Cidadão Portador de Deficiência, o Provedor de Justiça pretende, acima de tudo, promover, por meios informais e de um modo tão atento quanto possível, os direitos, liberdades e garantias das pessoas com deficiência. Pretende, ainda, defender, em articulação com todas as pessoas e entidades representativas desta causa, a igualdade de oportunidades entre pessoas com e sem deficiência.

Para o Provedor de Justiça o exercício pleno da cidadania por parte do cidadão portador de deficiência é uma causa socialmente transversal, que deverá envolver toda a comunidade e que é comum às crianças, aos jovens, aos cidadãos idosos e a todos nós.

As Nações Unidas estimam que o número de pessoas com deficiência ou incapacidade ronde os 650 milhões em todo o mundo, e que cerca de 15 a 20 % da população de cada país possua algum tipo de deficiência ou incapacidade. A previsão das Nações Unidas acerca destes números é a de que eles tendem a aumentar, se forem tidos em conta factores como o crescimento demográfico, o desenvolvimento científico e o envelhecimento da população [1].

Os dados acerca do número de pessoas com deficiência em Portugal, embora escassos, indicam, segundo os Censos de 2001, que cerca de 6% da população portuguesa é portadora de deficiência, factor que a impossibilita de, em interacção com o meio, exercer de forma plena a sua cidadania. Acresce o facto de que, relativamente a mais de metade das pessoas inquiridas (53%), não ter sido possível determinar, à altura, o seu grau de incapacidade [2].


[1] Convenção Sobre os Direitos das Pessoas Com Deficiência, Nações Unidas, 2007

[2] Censos 2001, INE


Gabinete do Provedor de Justiça, em 31 de Janeiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Emprego protegido para portadores de deficiência pode estar em risco

Instituições que promovem emprego protegido para pessoas com deficiência alertaram para as alterações à legislação que, no seu entender, vão inviabilizar o funcionamento dos programas.



As alterações ao Decreto-Lei 290/2009, que aprova o regime jurídico de concessão de apoio técnico e financeiro para as políticas de emprego e de apoio à qualificação das pessoas com deficiência e incapacidades, estão em discussão na Assembleia da República e terão de ser aprovadas em sede de comissão parlamentar.

As instituições contestam as alterações ao período do apoio financeiro para as pessoas que se encontram nos centros de emprego protegido, num número que em Portugal oscila entre os 300 e os 400.

"Temos algumas preocupações. A primeira tem a ver com o tempo limitado de permanência de um trabalhador no centro de emprego protegido, que só vai poder estar empregado cinco anos", disse à agência Lusa Carmen Duarte, presidente do Centro de Educação para o Cidadão Deficiente de Mira Sintra (CECD-Mira Sintra).

Cármen Duarte considera que "não tem qualquer tipo de cabimento" despedir trabalhadores ao "fim de cinco anos para dar emprego a outros" e critica a redução "em 10% dos apoios financeiros dados pelo Estado na percentagem de incapacidade do trabalhador".

"A pôr em prática [as alterações à legislação], vai inviabilizar o nosso centro de emprego protegido, onde trabalham quarenta e duas pessoas", disse. "Há necessidade de fazer algumas alterações e de criar sustentabilidade no emprego das pessoas com deficiência. É importante desenvolver sistemas mais apoiados de emprego e é esse o princípio da alteração", disse a directora do Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), Alexandra Pimenta.

A responsável considerou ainda que cerca de 8% da população portuguesa é portadora de deficiência, cuja taxa de empregabilidade "é baixa", rondando os 25%, numa questão que, considera, "revela a enorme discriminação que tem havido" para com estas pessoas.

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Obesidade duplicou em 30 anos...

Os Estados Unidos da América (EUA) são o país rico com mais casos de excesso de peso entre a população. No lado oposto está o Japão.

Os investigadores - Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, e Salim Yusuf e Sonia Anand, do Instituto de Pesquisa da População de Hamilton, no Canadá - estudaram o excesso de peso em todo o mundo entre 1980 e 2008 em pessoas com mais de 20 anos.


Considera-se que uma pessoa tem excesso de peso quando o Índice de Massa Corporal (IMC, a relação entre o peso e a altura) é superior a 25. Num obeso, esta taxa é de pelo menos 30 e se for superior a 35 já se trata de um caso de "obesidade severa".

Em 28 anos, o IMC aumentou tanto nos homens como nas mulheres. No mundo inteiro, 1,46 mil milhões de adultos têm excesso de peso e a prevalência da obesidade quase duplicou, atingindo 205 milhões de homens e 297 milhões de mulheres, ou seja, 9,8% dos homens e 13,8% das mulheres.

Os autores do estudo destacam que o excesso de peso e a obesidade, a hipertensão e o alto nível de colesterol já não são só problemas de países ricos e alastraram a outros países mais pobres.

Foi em Nauru, uma ilha com 14 mil habitantes que fica no Pacífico Sul, que os investigadores registaram, em 2008, o maior IMC: 33,9 entre os homens e os 35 entre as mulheres. Já em 1980 era nesta ilha que se verificavam os maiores níveis de obesidade (28,1 nos homens e 28,3 nas mulheres).

A obesidade é, segundo o estudo, norma em diversas ilhas e arquipélagos da Oceânia, como as ilhas Cook, Tonga, Samoa ou Polinésia Francesa.

Já nos países ricos, os EUA, com um forte aumento desde 1980, têm o maior IMC (mais de 28), seguindo-se a Nova Zelândia. O Japão tem o IMC mais baixo (22 para as mulheres e 24 para os homens).

Caso único na Europa Ocidental e raro no mundo, o IMC baixou entre as mulheres italianas nestes 28 anos e também aumentou muito pouco na Bélgica, na Finlândia e em França.

Os investigadores lembram no estudo hoje publicado que o excesso de peso é um factor de risco importante em doenças cardiovasculares, a diabetes e o cancro, estando na origem de cerca de três milhões de mortes todos os anos.

Fonte:público

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Portador de paralisia cerebral apresenta livro que escreveu com os pés

"O mestrado [na Faculdade de Letras da Universidade do Porto] e o livro são a concretização de sonhos antigos. Foram desafios que venci", afirmou à Lusa, Nuno Meireles, portador de paralisia cerebral, na apresentação do eu romance que escreveu com os dedos dos pés.

Um problema no parto transmitiu a Nuno Meireles, de 34 anos, uma deficiência física profunda que o impede de escrever com as mãos. Apesar das limitações físicas, desde criança manifestou a sua inteligência e o seu inconformismo, desenvolvendo a faculdade de usar os pés para escrever.

Inicialmente, aprendeu a usar um lápis ou uma esferográfica para obter bons resultados. Mais tarde, adaptou-se ao teclado de uma máquina de escrever, que chegou a usar na escola primária, evoluindo depois para o computador.

Actualmente, sentado numa cadeira de rodas, utiliza o computador para estudar e comunicar com os amigos através da Internet, compensando as limitações de mobilidade.

O gosto pela leitura levou-o a escrever o seu primeiro livro em 2007, uma autobiografia intitulada "A Vida e eu".

"Eu sempre gostei de ler e escrever. Depois de escrever o primeiro, não queria ficar por aí", disse à Lusa, referindo-se ao segundo livro, um romance com mais de 400 páginas, escrito ao longo de um ano, intitulado "Duas vidas. Um destino". "É a história de duas pessoas, uma de classe mais pobre e outra de classe mais abastada", explicou.

"Se tem asas para voar que voe até ao infinito"

O percurso de vida e o inconformismo de Nuno Meireles manifestam-se também na licenciatura em engenharia informática concluída em 2007 no Politécnico do Porto. "Se tem asas para voar que voe até ao infinito", comentou à Lusa a mãe do Nuno, que o acompanha em quase tudo.

"Passou muitas noites sem dormir e sempre o acompanhei nesses momentos", afirmou Rosa Maria Meireles. Ao lado do filho, que a ouvia atentamente, foi dizendo que "cada degrau que vai passando vai-se sentindo enriquecida". "O meu filho foi sempre um lutador. Atendendo às dificuldades do Nuno, a felicidade quando se licenciou foi maior", acrescentou.

Nuno Meireles fala com muita dificuldade devido à paralisia cerebral que sofreu à nascença. As suas palavras são de difícil compreensão mas o seu olhar e o sorriso são expressivos. Com esforço, disse à Lusa que a sua licenciatura exigiu "muita dedicação". "Foi complicado, mas já está", comentou com uma expressão de felicidade.

Apesar da sua formação académica, não tem sido possível encontrar emprego. As promessas têm surgido, mas nenhuma até hoje foi concretizada.

Resta-nos desejar ao Nuno muitas felicidades e que as promessas se concretizem!

Veja aqui o vídeo da reportagem

1º Encontro Nacional Superar Barreiras com TIC


Estão abertas as inscrições para o Superar Barreiras com TIC, a decorrer em na reitoria de Aveiro, dias 17 e 18 de Junho.
Este encontro pretende contribuir para uma melhor utilização das TIC e Tecnologias de Apoio na educação de alunos com Necessidades Educativas Especiais.
Nenhuma necessidade estará excluída, abrangendo-se as necessidades particulares das NEE mais frequentes, bem como as especificidades no apoio a alunos sobredotados, com Dificuldades de Aprendizagem Específicas, Risco Social, entre outras.
Todas as informações disponíveis em:

http://blogs.ua.pt/encontro_ticnee/?p=260

"Escola Alerta!" 2010/2011 (8ª edição)



Está aberto o Concurso "Escola Alerta!" de 2010/2011, cujo tema é "Acessibilidade a Todos".

No ano que a União Europeia assinalou 2010 como o Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social, lançando o Prémio para as Cidades Acessíveis, participa e concorre ao "Escola Alerta!" 2010/2011, contribuindo deste modo para tornar a tua cidade, vila ou aldeia num espaço acessível para todos, ao mesmo tempo que ajudas a combater a pobreza e a exclusão social, particularmente, das pessoas com deficiência.

Para saber mais sobre os objectivos gerais deste projecto e para melhor conhecer os princípios que orientam e estruturam este concurso sugere-se a leitura da "Nota Explicativa" e do "Regulamento 2010/2011", documentos que se encontram no link abaixo. Para participar neste concurso, cada um dos estabelecimentos de ensino deve preencher a "Ficha de Identificação da Escola".

Documentos disponíveis para descarregar:

http://www.inr.pt/content/1/1212/escola-alerta-edicao

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Pássaro da Alma...



Aconselhamos a leitura deste livro, que é verdadeiramente maravilhoso...O Pássaro da Alma de Michal Snunit.

Uma vez que vamos comemorar a semana dos afectos, a selecção recai sobre um livro que apresenta um vasto número de sentimentos.

É uma obra lindíssima que nos explica o que é a alma, através da metáfora de um pássaro. De forma poética e única somos convidados a “voar” dentro da nossa alma, para percebermos aquilo que sentimos, como o sentimos e porque o sentimos. Deixamos aqui um pedacinho do livro, para vos incentivar à sua leitura!!

"No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma.

Ainda não houve quem a visse,

Mas todos sabem que ela existe.

E não só sabem que existe,

Como também sabem o que lá tem dentro.

Dentro da alma,

Lá bem no centro,

Pousado numa pata

Está um pássaro.

E o nome do pássaro é pássaro da alma.(...)


E quando alguém nos abraça, o pássaro da alma

Que mora no fundo, bem lá no fundo do nosso corpo,

Começa a crescer a crescer,

Até encher quase todo o espaço dentro de nós,

Tão bom é para ele o abraço.

E ainda nunca,

Nunca veio ao mundo alguém

Que não tivesse alma.

Porque a alma entra dentro de nós no momento em que nascemos

E não nos larga

- Nem uma só vez -

Até ao fim da nossa vida.

Como o ar que o homem respira

Desde a hora em que nasce

Até à hora em que morre.(...)"